terça-feira, outubro 26

Momentos

momentos em que me apetece decorar as cores do céu, ou os cheiros da cozinha, ou as luzes da cidade. Há momentos em que me apetece deitar na areia da praia, na relva do campo, na cama, há alturas em que me apetece deitar e observar, ouvir, cheirar. Há momentos em que os meus sentidos despertam, como se súbitamente assaltados pela lembrança de vida. E o significado das coisas é diferente nesses momentos. A sua importância quase nenhuma é levada a tocar o extremo oposto. E é precisamente a não necessidade que temos de sentir o mundo que torna esses momentos preciosos. O não necessário é, necessariamente, precioso.

Ouvir o silêncio nem sempre é compensador. Mas é-o nesses momentos. Ouvir o silêncio nunca é necessário. É um prazer supérfluo, como todos os prazeres e é isso que o torna precioso. Outros silêncios são tristes, pesados, deprimidos, mas não nesses momentos. Porque, em boa verdade, o silêncio é nosso, somos nós que o lemos.

1 palavras urbanas:

  • escreves muito bem.
    também gosto muito do silêncio.é silêncioso.é acalmante.é bonito de ouvir. é lindo. é bom.
    quando vejo o ceu ao por-do-sol apeteceme ir la, tocar la, senti-lo la, apeteceme ser de la.e isso é bom. não é so com o sol, é também com o silêncio; com o vento na cara numa tarde quente onde não há pressas, não há horários; com a lua, linda, cheia e calma, com as estrelas no céu azul escuro apaziguador; com o quente duma cama numa noite onde não há pressa, não há luz, não há confusão, não há barulho, não há guerras, porque, simplesmente, não hexistem.
    é, não é?
    tu fizeste-me libertar isto tudo, o que me faz sentir bem, sentir melhor, e o que prova também que deves ser uma pessoa muito simpatica, calma, e com um "incide" muito bonito.
    obrigada.
    Posting As: Anonymous

    Por: Anonymous Anónimo, às 7:42 da tarde  

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